domingo, 12 de agosto de 2012

VISÃO ESPÍRITA DO DIA DOS PAIS


O homem não é somente o filho de Deus no mundo, é também cooperador de sua obra terrestre
Visão Espírita do Dia dos Pais
Dia dos Pais - Conheça a visão espírita da paternidade
O Dia dos Pais teve origem na antiga Babilônia, há mais de 4 mil anos. Um jovem chamado Elmesu moldou em argila o primeiro cartão para o Dia dos Pais com mensagens em que desejava sorte, saúde e longa vida ao seu pai.
Em 1909, a data surgiu nos Estados Unidos por Sonora Luise1 motivada pela admiração que sentia pelo seu pai, William Jackson Smart. O interesse pela data difundiu-se da cidade de Spokane para todo o Estado de Washington e daí tornou-se uma festa nacional, oficializada em 1972 pelo então presidente Richard Nixon, sendo comemorada sempre no terceiro domingo do mês de junho.
No Brasil, o Dia dos Pais surgiu em meados da década de 50, pelo publicitário Sylvio Bhering2 celebrada inicialmente no dia 28 de fevereiro, dia em que comemora-se o dia de São Joaquim, patriarca da família e, segundo a tradição da igreja católica, também o Dia do Padrinho. Atualmente, o Dia dos Pais é comemorado sempre no segundo domingo do mês de agosto.
A Paternidade
Em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, Parte Segunda – Capítulo 10 - "Ocupações e missões dos espíritos", encontramos a seguinte explicação sobre a paternidade:
582 - Pode se considerar como missão a paternidade?
"É, sem dúvida, uma missão, e é ao mesmo tempo um dever muito grande que obriga, mais que o homem pensa, sua responsabilidade diante do futuro. Deus colocou a criança sob a tutela de seus pais para que esses a dirijam no caminho do bem, e facilitou a tarefa, dando à criança um organismo frágil e delicado que a torna acessível a todas as influências. Mas há os que se ocupam mais em endireitar as árvores de seu pomar e as fazer produzir bons frutos do que endireitar o caráter de seu filho. Se esse fracassa por erro deles, carregarão a pena e os sofrimentos do filho na vida futura, que recairão sobre eles, porque não fizeram o que deles dependia para seu adiantamento no caminho do bem".
Segundo o livro “Nos Domínios da Mediunidade”, André Luiz3 , através da psicografia do médium Chico Xavier a paternidade vai além da missão de educador; é abordada com enfoque maior ao progresso moral, como evidencia o trecho a seguir [...] "A paternidade e a maternidade, dignamente vividas no mundo, constituem sacerdócio dos mais altos para o Espírito reencarnado na Terra, pois através dela a regeneração e o progresso se efetuam com segurança e clareza" [...]
A paternidade, segundo o espiritismo, significa receber preciosos talentos, que conforme o ensino da Parábola dos Talentos encontrada em O Evangelho de Mateus (25:14-29), devem ser movimentados com inteligência para que produzam os juros devidos, ou seja, o adiantamento daqueles por cuja educação nós tenhamos sido responsáveis, é o momento de transição em que o homem deixa de ser filho para ser pai, com responsabilidades com um outro ser.
José Herculano Pires4 aborda a questão da paternidade num enfoque maior à responsabilidade de educar em bases cristãs:
“A Educação Cristã reformou o mundo, mas os homens a complicaram e deturparam. A consciência do pecado pesou mais nas almas do que a consciência da libertação em Cristo. Tomás de Aquino5 ensinou: ´...Mães, os vossos filhos são cavalos!´ Educar transformou-se em domar, domesticar, subjugar. A repressão gerou a revolta e reconduziu o mundo ao ateísmo e ao materialismo, à loucura do sensualismo. A Educação Espírita é a Renascença da Pedagogia Cristã. É nela que o exemplo e o ensino do Cristo renascem na Terra em sua pureza primitiva. Precisamos reformar os nossos conceitos de educação à luz dos princípios espíritas e dos grandes exemplos históricos. Dizia uma grande figura espiritualista inglesa, Annie Besant6 , que cada criança e cada adolescente representam planos de Deus encarnados na Terra e endereçados ao futuro. Aprendemos a respeitar essas mensagens divinas. Lembremo-nos de nossa própria infância e se por acaso verificamos que nossa mensagem se perdeu ao longo da existência, que nosso plano divino foi prejudicado pelos homens, pelos maus exemplos e pelos ensinos falsos, juremos perante o nosso coração que havemos de evitar esse prejuízo para as novas gerações. Pais, sejamos mestres! Mestres, sejamos pais! Que cada rostinho de criança aberto à nossa frente, como uma flor que desabrocha, nos desperte no coração o melhor de nós mesmos, o impulso do amor. Que cada adolescente, na sua inquietude e na sua irreverência - jovem ego que se afirma pela oposição ao mundo - não provoque a nossa compreensão e a nossa ternura. Para domar o potro precisamos de sela e das esporas, mas para educar o jovem só necessitamos de amor. A educação espírita como no lar como uma fonte oculta e deve ganhar a planície como um rio tranquilo em busca do mar” (PIRES, J. Herculano - Pedagogia Espírita, Edicel, 1985
1Sonora Louise Smart - (Arkansas), filha do agricultor William Jackson Smart e sua esposa Victoria Ellen Cheek Smart,membro da artilharia First Light Arkansas que lutou na 1862 Batalha de Pea Ridge, durante a Guerra Civil.
Sylvio Bhering - Publicitário e um dos fundadores da Associação Brasileira de Propaganda, ajudou a criar o código de ética da propaganda.
André Luiz - Médico sanitarista (século XX – Rio de Janeiro), segundo suas próprias palavras, optou pelo anonimato, quando da decisão de enviar notícias do além-túmulo, por compreender que "a existência humana apresenta grande maioria de vasos frágeis, que não podem conter ainda toda a verdade".
José Herculano Pires (1914 – 1979) – Jornalista, filósofo, educador e escritor espírita, nasceu em Avaré, interior de São Paulo .
5 Tomaz de Aquino - Roccasecca, (1225-1274) foi um padre dominicano, filósofo e teólogo de Fossanova,
6 Annie Wood Besant – (1847-1933), Teósofa, militante socialista de Londreshttp://www.radioboanova.com.br
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 formatação e pesquisa: MILTER - 12-08-2012



Estamos enviando nesta mensagem especial, a 6a. edição de nosso jornal bimestral, em edição eletronica, clique no icone para ler.


Jornal da ADDE


A EQUIPE DA ADDE

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

PENSAR A TRINDADE


PENSAR A TRINDADE


Que Deus existe, eu acredito. Nunca o vi, mas acho que ele existe. Os ateus têm outras respostas para o ainda hoje não explicável, mas a que encontrei me leva a um Criador que se importa com sua criação.
Que Deus inspira, eu também acredito. Acho que nossa inteligência tem limites e que muitas das intuições que temos não vêem apenas de nós. Digamos que Deus sopra ou dá dicas, da mesma forma que faz a mãe que sabe mais e que diz a primeira sílaba facilitando para a criança o raciocínio e a resposta. Acredite quem quiser e duvide quem quiser, mas muitas vezes senti que Deus fez isso comigo. Inspirou-me.
Foi assim quando lendo sobre os dez mandamentos e, minutos mais tarde, sobre o Pai Nosso descobri que se tratava do mesmo tema: um legislado e o outro orado. Cada frase do Pai Nosso tem sua correspondente no decálogo. E foi um vento que soprou sobre minha Bíblia que me levou a ver as duas passagens e sua correlação. Se foi Deus, eu não sei, mas sei que não achei aquilo por mim mesmo.
Também escrevi muitas canções que não sei dizer como vieram, palavra após palavra, rima após rima e linha melódica após linha melódica. O que sei é que, em geral, primeiro li algum trecho da Bíblia ou de documento oficial da Igreja, ou de livro de teologia; depois refleti e, quando menos esperava, uma melodia aconteceu em cima do que eu aprendera.
Se foi Deus ou não foi, eu não sei, mas atribuo muito do que compus à sua bondade. Ateus dirão que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Aquilo está em nós… Pessoas extremamente místicas dirão que foi o Espírito Santo. E não faltará o irmão pouco evangelizado a me dizer que foi Maria, algum anjo, ou Nossa Senhora de Fátima quem me inspirou, mesmo tendo eu composto a canção depois de visitar Aparecida.
As pessoas interpretam Deus como querem ou como seu pregador preferido sugeriu. Mas há luzes que mexem conosco e que devemos submeter a outros pensadores para que não fiquem doutrina ou coisa nossa.
Conto minha reflexão e o leitor conclua. Entrei uma vez numa capela rural que tinha perto do telhado uma janela aberta. Por ela entrava um forte radio de luz que lembrava um holofote sobre um palco. Dois paus de bandeira enrolados mais abaixo dividiam a luz em três fachos. As três luzes eram a mesma luz que, contudo, chegava até meus olhos em três fachos.
Coloquei-me no facho do meio, depois fui para o facho da direita e depois para o da esquerda. Eu sabia que era a mesma luz a me iluminar, mas os três fachos me intrigavam.
Sentei-me no banco da capelinha solitária onde só estava eu com minhas elucubrações. Pensei na teologia dos cristãos e nas catequeses de cada igreja e de cada grupo. Nem sempre a teologia chega aos pregadores entusiasmados com alguma ênfase ou com sua nova igreja cheia de novas e últimas revelações.
Não chamei o que vi de revelação nem de iluminação. Entendi que era uma inspiração. Dependeria de mim levar adiante a reflexão sobre aqueles três fachos que eram a mesma luz. Nunca disse que Deus me revelou, me tocou, ou me mandou pregar aquilo. Entendi que era uma chance a mais na minha vida de ir mais fundo no mistério da fé. Pensei em Paulo aos Efésios e aos Coríntios quando ele fala de graça ampliada e de altura, profundidade, largura e comprimento do mistério. Sem reflexão, a religião fica marcando passo.
Imaginei irmãos meus cuja pregação ouço e vejo pelo rádio e na televisão. Imaginei quem deles ficaria na luz da esquerda, quem na da direita e quem na do centro. Dei aos três fachos o nome PAI, FILHO, ESPIRITO SANTO. Dei ao facho único o nome Deus. Aquela era a luz. Os fachos que chegavam ao chão eram o mesmo Deus se manifestando através de tempo e situações.
É claro que isto ainda não é teologia, mas é catequese que pode ajudar a entender melhor o dogma da Trindade: três luzes que são a mesma luz.
Imaginei centenas, milhares de sacerdotes e leigos na luz central: o Cristo, e a dizer Por ele, com ele e nele! Imaginei Paulo a dizer: meu viver é Cristo. Já não sou mais eu a viver e sim o Cristo a viver em mim. (Gl 2,20) Por Jesus ao Pai e ao Espírito Santo.
Imaginei outros em menor número na luz lateral: o Pai. Poucos acentuam o Pai Eterno. Imaginei um grande número que cresceu muito, mas ainda não é maioria, na outra luz lateral : O Espírito Santo.
Procurei entender porque alguns acentuam Jesus, outros o Pai e outros o Espírito Santo. Ônibus perfazem mil ou dois mil km e se cruzam no caminho, a levar romarias para o lugar onde se fala do Pai, ou ao lugar onde se acentua o Filho ou ao acampamento onde se acentua o Espírito Santo.
Sabem todos eles que estão indo adorar o único Deus que aqueles pregadores acentuam como Pai, ou como Filho ou como Espírito Santo? Entendem o que estão dizendo quando uns proclamam que a graça recebida veio do Espírito Santo, ou do Pai ou do Filho? Entendem que, ao orar ao Espírito Santo, ao Cristo ressuscitado cujas mãos ensangüentadas inspiram penitência, ou ao Pai Eterno estão falando com o único Deus?
Pelo que ouço parece-me que nem os pregadores se dão conta de que muitas vezes falam como se conversassem com três deuses e não com três pessoas que são o mesmo Deus.
Dias atrás ouvi de um pregador esta jóia de mensagem: “Deus Filho falará a Deus Pai em seu favor e os dois enviarão o Deus Espírito Santo para curar vocês dessa enfermidade que o demônio plantou na sua família”. Outro dizia: “ O Deus Espírito Santo os livrará da maldição da pobreza e livrará seus antepassados da maldição que ainda pesa sobre eles. E sua família finalmente será liberta de tudo o que atravanca seu sucesso financeiro e sua harmonia”
O discurso é o de quem crê em três deuses e não em um só Deus. Nada explica adequadamente o Deus que é Uno e Trino. É revelação demais para nossa cabeça. Mas precisa ficar claro para aquele se diz cristão que estamos falando de um só Deus todo poderoso que esteve agido em todos os momentos da criação e estará até o ultimo dia dela.
Os escritos sagrados nos levam a crer que ele se manifestou como Pai, depois como Filho e depois como Espírito Santo, às vezes simultaneamente revelando-se três pessoas e deixando claro que uma não é a outra, mas as três pessoas são um só e único Deus.
Como explicar essa doutrina a crianças? A quem não lê muito? Como explicá-la a quem lê outros livros de outras crenças? Como explicá-la se até pregadores dão a entender que eles mesmos não percebem que falam de três deuses?
O velho pregador que negava-se a corrigir sua maneira de fazer o sinal da cruz é uma das vítimas dessa incompletude. Até o fim da vida ele se persignava dizendo: Em nome do Deus Pai, do Deus Filho e do Deus Espírito Santo… A fé era monoteísta, mas a fala era triteísta.
Ninguém de nós está isento de erro sobre este assunto. Faltará sempre um detalhe, uma ilação. Estamos diante do mistério. A Igreja se pronunciou, mas não esgotou seu conteúdo. Fiquemos com Thomás de Aquino, Dons Scotus, Scotus Erigena e centenas de outros teólogos e fiquemos ainda, com o Catecismo da Igreja Católica que nos diz que sobre Deus é mais o que não sabemos do que o que sabemos.
Aquela luz que chegou até meus olhos em três fachos me ajudou a refletir por mais de uma hora. Não saí de lá sabendo mais. Saí querendo saber mais! Se isto for fé, então eu tenho fé!

PADRE ZEZINHO



Perfil

Nome: José Fernandes de Oliveira
Idade: Nasceu em l941
Missão: Sacerdote católico, educador e pregador.
Apelido: Padre Zezinho scj
Mística: Sacerdote Dehoniano, missionário.
Destaque: Presença forte na Pastoral de Juventude, Pastoral Vocacional, Catequese e Pastoral da Comunicação, Mídia Católica.
Atividades: Sacerdote, professor de comunicação, pregador, escritor, compositor, radialista, produtor e diretor de televisão, colunista de jornal, compositor, conferencista, orientador de jovens e artistas cristãos, descobridor de talentos, criador de métodos de comunicação na Igreja Católica, teórico e pesquisador de comunicação religiosa.
Numero de obras: Mais de 300 títulos.
Temas: Catequese de Atitudes, Igreja-Hoje, Catolicismo-Agora, Adolescência, Pais e Filhos, Família, Dor e Esperança, Educação para o diálogo, Educação para a democracia, Educação para a paz, Libertação, Ecumenismo, Púlpito e Pregação. É o conteúdo básico de seus escritos.
Seu caminho tem sido a psicopedagogia da fé. Desenvolveu em mais de 80 livros, pequenos e volumosos, a catequese de atitudes na linha do “e então?” “e agora?” “e depois?”. Diz que escreve para levar a “pensar como Jesus pensou” porque cristão que não pensa acaba dando o que pensar…
Das suas mais de 1,500 canções e dos cerca de 120 Cd´s cantados e falados afirma:Não sou padre porque canto: canto porque sou padre! É um serviço que farei enquanto a Igreja ainda precisar de minha voz. Mas se, um dia, parar de cantar ou escrever, pode ter certeza que saberei o que fazer. Nem a canção nem o livro fazem o padre: é o padre quem os faz… Escritor ou cantor são dois adjetivos que não tornam um padre católico ou um pastor evangélico melhor do que os seus colegas. Além da possível fama ele ainda terá que provar que é um bom sacerdote!
Há 45 anos é um dos autores católicos mais lidos e cantados do Brasil e do mundo. Autor de mais de 300 obras, entre livros, Cd`s, e vídeos; colaborador de mais de 50 revistas e jornais católicos, aceito por outras igrejas, conhecido em vários países, um dos pregadores cristãos mais reconhecidos do Brasil, seu apelido carinhoso é PADRE ZEZINHO SCJ, mística da pequenez que assumiu já nos primeiros anos de padre e seu nome é JOSÉ FERNANDES DE OLIVEIRA.
Mineiro e Machado MG; crescido em Taubaté, SP, estudou filosofia em Santa Catarina e Teologia nos Estados Unidos. Em fins dos anos 60 e inícios dos anos 70 deu impulso a uma forma de comunicação que em muitos lugares mudou o jeito de evangelizar os jovens. Agregava doutrina e arte. Hoje ele é reconhecidamente apontado como um dos catequistas e comunicadores de grande impacto nos últimos 40 anos no Brasil.
Ele foge de títulos e adjetivos. Tem sua visão pessoal de marketing e condena o excesso de auto-exposição e de protagonismo do sacerdote. Diz que a mídia é como o sol da manhã. Bronzeia e queima. Quem se expõe demais aos holofotes da mídia lembra o sujeito que ficou demais na praia. Nãos e protegeu e queimou-se.
Insiste que é mais Amós e Oséias do que Isaias e Jeremias. Cantar e escrever são profecias menores, diz ele. Mas certamente ajudam os grandes profetas e grandes pensadores a chegar ao povo.
Define-se como o entregador de jóias ou de pizzas. No mundo há uma ciência chamada “logística”. Armazena e faz chegar no tempo certo e sem danos ao produto. Na Igreja há uma ciência chamada catequese que repercute através dos mais diversos meios de comunicação e cuja tarefa é fazer chegar ao povo de Deus, sobretudo aos mais simples, a mensagem católica, sem arranhões e sem personalismos exagerados. Brinca dizendo que há carteiros que ao invés de entregar a mensagem dos outros entregam a própria biografia. Esqueceram o que é ser carteiro. E sentencia: Quando o mensageiro se torna maior do que a mensagem alguma coisa está errada naquela forma de marketing.
UM POUCO MAIS SOBRE PADRE ZEZINHO SCJ
que se define
Setentão, ancião teimosamente feliz, um ex líder de jovens e ex jovem, um quase velhinho a caminho da eternidade que já visou que vem vindo e virá em menos de vinte anos, um caminhante que não parou de caminhar e um aprendiz que ainda lê cerca de 5 livros por mês para não morrer ignorante…
Reconhecidamente pioneiro em muitos campos da comunicação Padre Zezinho scj é uma voz e um rosto conhecidos no Brasil e no mundo. Mas entre sério e jocoso ele se define com um acidente que deu certo, alguém que passava por lá na hora em que a Igreja precisou de meu violão e de minha caneta!…
Dehoniano convicto, (Padres do Sagrado Coração de Jesus) sua vocação começa em 1949, aos 8 anos de idade, na casa de teologia dos Padres Reparadores, onde hoje ele ensina. Fundados por Leão Dehon, francês, sacerdote, sociólogo e advogado, os padres do Coração de Jesus, também chamados de reparadores, deveriam servir em paróquias pobres e pregar: “uma nova sociedade vestida de um novo coração”.
Dehon era militante no mundo do trabalho, entre sindicatos de patrões e operários. Viveu uma catequese transformadora e libertadora no seu tempo. Entre o oprimente capitalismo e o nascente socialismo daqueles anos, Dehon, defensor da democracia, pregava um solidarismo cristão. Passou a vida divulgando a doutrina social da Igreja.
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Mineiro de Machado MG, após acidente do pai que acabou em paralisia, a família mudou-se para Taubaté, SP. Tinha 2 anos de idade. Seus irmãos conseguiram trabalho numa tecelagem. O menino de 8 anos servia de coroinha em duas missas na capela do convento, conhecido como “Conventinho”, ia para a escola, e logo após, corria para levar as marmitas para seus irmãos e irmãs, operários da Cia. Fabril de Juta.
Da igreja para a escola e desta para fabrica, à tarde, um pouco de brincadeiras e, à tardinha, a bênção do SSmo!… Era natural que pensasse em ser padre! Seu pai, gravemente paralítico, sabedor de seu sonho pediu ao Padre Teodoro Becker scj, então reitor da, hoje, Faculdade Dehoniana que “desse um jeito no sonho do menino”. A pobreza da família não lhe permitiria pagar seus estudos. A mãe, costureira e cozinheira passou a trabalhar também para o seminário de teologia. Luiz Hildeberto um dos irmãos já fora para o seminário. Zezinho foi aos onze anos. Lavras, MG e Corupá, SC.
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Adolescente ainda, ouviu que o irmão deixaria os seminário. O reitor de Corupá, Padre Roque Schmitt, perguntou se ele também queria ir embora com o irmão mais velho. A resposta foi altiva: – Eu não vim ser padre por causa dele. Ele tem a cabeça dele e eu a minha! Foram doze anos até a ordenação sacerdotal em Milwaukee, Wisconsin, USA para onde os dehonianos o enviaram a estudos de teologia, comunicação social, psicologia. O projeto era um doutorado, mas o Padre Provincial o chamou de volta, porque os dehonianos precisavam dele em São Paulo, onde havia 14 mil jovens nas escolas da redondeza e ninguém da paróquia que chegasse até eles.
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Na bagagem o jovem padre de 26 anos trazia mil idéias de pastoral vocacional, estudantil e familiar. Nomeado para o Santuário São Judas, Jabaquara, S.Paulo, achou espaço para seus projetos. De violão em punho e com alguns jovens bons de música, apossou-e do salão, fez dele plataforma de arte, ensaios, catequese e canto.
Já nos dois primeiros meses escrevera três pequenos livretos de catequese, compôs e traduziu canções, organizou grupos de teatro e de dança, criou bandas, introduziu o violão elétrico e a música pop que apenas dava seus primeiros passos no mundo. A onda eram os Beatles e o iê iê iê da Jovem Guarda. Achava bonito, mas resolveu criar sua própria música. O padre não copiava. Criava onda! Em poucos meses, colégios e paróquias vizinhas já cantavam o novo iê iê iê católico.
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Agitou a vida paroquial. Párocos e religiosas vieram ouvir aquela música diferente, ver aqueles dias de formação, os mini-retiros, as missas e os mini-shows. Há 40 anos era novidade provocadora. Uma emissora de televisão o entrevistou, outra retransmitiu, a gravadora Paulinas ofereceu seus estúdios, bispos pediram seus shows e palestras e, em pouco tempo, suas músicas tomaram conta do país. Com elas, pequenos livros de letra grande e fácil leitura. O padre estava ensinando a cantar e a ler a fé.
Ainda hoje repercutem algumas das suas sentenças: Quem não pensa acaba dando o que pensar! Quero que vocês aprendam um porquê seguido de exclamação e outro de interrogação. Não acredite em quem tem mais respostas que perguntas! Coração do tamanho de uma melânica e cérebro menor do que ovo de codorna: esse tipo de cristãos a Igreja dispensa!
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Vieram também as críticas impiedosas e implacáveis: estrelismo, superficialidade, teologia fraca, esquerdismo infantil, conservadorismo, comunista, achincalhador da fé, direitista, em cima do muro…É daquele tempo sua frase: “São meus entulhos. Se apesar deles meus superiores confiam em mim, deve ser porque minha matéria prima ainda tem serventia”.
Veio a oferta de fama em duas grandes gravadoras. Não quis. Ficou na editora católica com seus Lps falados e cantados e seus livros. O apoio dos bispos e outra congregações religiosas não tardou. Padre Zezinho estava começando algo novo. Ele criava catequese e repercutia os documentos da igreja. Seus jovens estavam cantando e dançando a doutrina católica… Fora chamado para isto!
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De 1967- a l977 já havia gravado 10 LPs e produzido 10 livros. Começou a viajar com sua banda e seus jovens pregadores de retiro. Das igrejas para pátios de colégios, dos pátios para praças e estádios foi questão de meses. Formou músicos e cantores e pregadores jovens para jovens; fez escola. Em 1980 começou suas aulas de Prática e Critica de Comunicação em Taubaté, na, hoje, faculdade Dehoniana e desde então não parou. Girou mundo.
A OBRA
Autor de mais de 300 títulos, entre livros, CD´s cantados e falados e vídeos; há mais de 45 anos envolvido com a pregação, a arte e a catequese católica, professor, cantor, compositor, conferencista, showman, diretor e apresentador de rádio e de televisão, Padre Zezinho scj é ainda hoje um dos rostos e das vozes mais conhecidas da Igreja Católica. Cantou quatro vezes diante de três papas.
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NÚMEROS
Em 2010 completou 30 anos de aulas, ascendeu à cifra de 60 livros e 20 0púsculos, 119 cd`s, 20- vídeos e DVDs, 1.600 canções gravadas em várias línguas, 3 mensagens diárias repercutidas em mais de 100 emissoras de rádio e televisão, um show catequético semanal Na TV, um site intensamente visitado, www.padrezezinhoscj.com e, em 2010, aos 69 anos, ainda e chamado para aulas, shows e conferências no Brasil e no exterior.
Acaba de publicar dois volumes de uma trilogia de catequese, 550 páginas por livro. O primeiro, “De Volta ao Catolicismo” em 9 meses já alcançou a 5ª edição. Prepara outros quatro volumes sobre comunicação católica. Seus amigos e companheiros o descrevem como ávido leitor, interessado em tudo o que os pensadores da fé escrevem.
São dele as sentenças “Não sou padre porque canto, canto porque sou padre”. “Ninguém é mais padre do que os outros só porque arrasta multidões. O reino de Deus não se governa por estatísticas”. “A canção é sempre secundária. É apenas o chantili do bolo da vida. Sem o chantili, o bolo continua um excelente alimento. Sem canção a vida continua maravilhosa”. “Cantor, por mais famoso que seja, é profeta menor. Há profetas mais importantes do que ele”. “Pregador que não lê acaba pregador sem um porquê. “A maioria dos que correm atrás do sucesso, quando o alcançam não sabem o que fazer com ele”
ATUALMENTE
Leciona comunicação há 30 anos e publica livros sobre a pastoral da comunicação. Publica anualmente um CD de canções e foi responsável por 12 grupos de canto e mais de 40 cantores, maestros e cantoras da fé neste 40 anos de atividade. Traduzido em muitas línguas seus livros e canções repercutem pelo mundo.
CANÇÕES QUE REPERCUTIRAM
Um Certo Galileu, De Lá do Interior, O Silêncio Está cantando, Amar como Jesus Amou, Por Um Pedaço de Pão, Oração pela Família, Utopia, Maria de Nazaré, Um Coração para Amar, Estou Pensando em Deus, Se ouvires a voz do Vento, a Decisão é Tua, Maria da Minha Infância, Minha vida Tem Sentido, Menores abandonados, Primeira Cristã,Um Barco Esquecido na Praia, És Água Viva,Iguais, são algumas de suas mais de mil canções de ascese ou de proposta sociopolíticas que repercutem até hoje. A grande maioria dos cantores admite ter recebido alguma influência dele.
LIVROS QUE DEIXARAM RASTRO
1. De Volta ao Catolicismo,/
2. Um Rosto para Jesus Cristo/
3. Alicerce Para um Mundo Novo/,
4. Da Família Sitiada à Família Situada/,
5. Orar e Pensar como Família/,
6. O Direito de Ser Jovem/,
7. A Geração Insatisfeita/
8. Eduque seu Filho para Deus/,
9. O Sexo que Deus te Deu/
10. E Deus te quis Mulher/
11. Porque Deus me chamou/
12. Jesus Cristo me Deixou inquieto/
13. Não Digas Não a Deus/
14. Um Cristo para seus Amigos/
15. Não Deixes que eu me Canse/
16. Claro como a Luz do Dia/
17. Bem aventurados os pacifistas/
18. Meu Povo Minha Igreja/
19. A Dor que Dói na Juventude/;
20. Senhor que queres que eu faça/?
21. Essa Juventude Magnífica e seus Namoros Nem Sempre Maravilhosos /,
22. Adolescentes em Busca de si Mesmos/,
23. Adolescentes em Busca de Algo Mais/
24. Adolescentes em busca de Um Porquê
25. Amizade Talvez seja Isso/,
26. Um Coração que seja Puro/,
27. Do Púlpito para as Antenas, a difícil Transição/
28. A Fé Humilde/
29. Apenas um Rio que Passa/,
30. O Amor Humilde/
31. Palavras que não Passam/
32. A Difícil Arte de ser Bom/,
33. O Agitado Coração Adolescente/;
34. Nós os católicos Romanos/,
35. Meu Jeito de Ser Católico/
36. Novos Púlpitos Novos Pregadores/,
37. O Incômodo e Magnífico Jesus de Nazaré/,
38. Maria do Jeito Certo/,
39. Católicos Serenos e Felizes/,
40. Católicos pela Graça de Deus/,
41. Tranquilamente Católico/,
42. A Igreja do Certo e do Errado/,
43. Ensina-me a Ser Pobre de Verdade
44. Em Nome dos Pais e dos Filhos/,
45. A Vocação de Cada Um.
O PENSAMENTO
ESTUDIOSO E TEÓRICO
Além de professor, Padre Zezinho é estudioso e teórico da Comunicação Religiosa. Em 8 livros e em dois cursos aborda o tema: Prática e Crítica de Comunicação nas Igrejas. Os demais livros visam educar para o diálogo político, social, religioso e familiar. São seus temas preferidos.
Trabalha há 45 anos com a Edições Paulinas e Paulus, é religioso dehoniano há 50 anos, trabalha na TV Século 21, na Rádio e TV Aparecida e na Milícia Sat.
Pioneirismo: Não vejo em que contribui a discussão sobre quem foi o primeiro cantor dos novos tempos da Igreja. Fica parecendo briga dos pró-Cefas, pró-Paulo e pró Apolo. Não faço questão de ser “o” pioneiro” em nada. Acaba em briga de vaidades e suscetibilidades. Quando vejo livros e artigos e pronunciamentos de grupos em favor deste o daquele padre ou em meu favor, reajo serenamente. Éramos várias locomotivas juntando as forças. Fui ordenado padre para ser “segundo”; por isso, se alguém quiser a honra de ter sido o primeiro terá meu aplauso e meu voto!
O que diminuem Maria, Pedro e Paulo para ressaltar Jesus não tenderam nem Jesus nem sua mãe nem seus discípulos. Nem Jesus precisa que diminuamos seus santificados, nem os santos que Jesus fez precisam ser superexaltados. A santidade deles consistiu exatamente em terem achado o seu lugar na Igreja e ao lado de Jesus…
O PULPITO QUE DÓIM
Aos que dizem inspirar-se no seu trabalho de comunicador, recomenda com sua conhecida franqueza em aulas e em artigos:- “Faz 45 anos que estou aprendendo a ouvir, a ir e a proclamar e também a não ouvir, a não ir e a me calar”. “Procuro a mística da Palavra certa, do jeito certo, na hora certa para a pessoa certa!” “Sem oração, sem estudo e sem aceitar a cruz que vem embutida em cada mídia, não dá.” “Aceito preces por mim, porque por mais que ensine comunicação, eu mesmo ainda não aprendi a me comunicar com Jesus do jeito que deveria…”
E prossegue:
COMUNICAR O BEM
“Comunicar-se bem não é a mesma coisa que comunicar o bem”…“Cuidado com os holofotes. Eles cegam o astro que, de tanta luz na cara, não consegue mais ver o povo à sua frente!” “Jesus mandou subir ao telhado para que mais pessoas ouvissem nossa mensagem. Em tempos de excessiva auto-exposição corre-se o risco de subir ao telhado para que mais pessoas nos vejam!..”
“Comunicação sem ascese corre o risco de não ser mais catequese”“ Mede-se um pregador religioso pelo conteúdo de sua fala, mas às vezes, também pelo tamanho da sua conta no banco!”.. “Antes de ser anunciado, Jesus precisa ser estudado. E estudar Jesus dói mais do que decorar sentenças sobre ele e proclamá-las diante dos holofotes”“ Sem um porquê interrogativo os porquês exclamativos perdem sua força” “Comunicador da fé que não estuda, em pouco tempo estará expulsando do Brasil o demônio da dengue com os seus mosquitos, ou entrevistando o demônio diante de uma câmera!”…
Conheça mais sobre suas obras e seus artigos neste site, nas revistas e jornais na TV Século 21, TV Aparecida, Rádio Aparecida, Radio Milícia Sat.